Cadernos de viagem
Organização:
Lorelai Kury
Autores:
Lorelai Kury, Heloisa Meireles Gesteira, Thomás A. S. Haddad, André Nogueira, Nelson Sanjad, Karen Macknow Lisboa, Miriam Junghans, Magali Romero Sá, Luciana Martins, Alda Heizer, Maria Margaret Lopes, Drielli Peyerl, Silvia Figueiroa
Patrocínio:
Bahia Holding
ISBN:
978-85-88742-95-6
Edição:
2019
Idioma:
Português e Inglês
Sinopse
Num tempo em que as informações são cada vez mais curtas e descartáveis, apresentar os registros manuais de viajantes que visitaram nosso país é trazer à luz a riqueza de um Brasil sempre em busca de se conhecer. Neste livro, organizado por Lorelai Kury, afloram relatos e desenhos únicos, que nos fornecem pistas para entender como se construiu o conhecimento sobre o território nacional. Pelos olhos de 36 viajantes ou missões que percorreram o país entre os séculos XVII e XX, incluindo Charles Darwin, Barão de Capanema, Spix & Martius e Auguste de Saint-Hilaire, surgem aspectos de regiões visitadas em viagens de campo realizadas por homens e mulheres de diversas procedências que ambicionaram conhecer essas terras, seus povos, sua natureza.
A descrição de territórios conquistados, as anotações e rascunhos de mapas vitais para a demarcação de fronteiras; os desenhos ou fotografias de rochas, plantas, animais, homens e mulheres visam a enriquecer o estudo da História Natural e unem-se a registros de impressões pessoais sobre acontecimentos ocorridos nas expedições e estão presentes neste Cadernos de viagens.
Com textos de Alda Heizer, André Nogueira, Drielli Peyerl, Heloisa Meireles Gesteira, Karen Macknow Lisboa, Lorelai Kury, Luciana Martins, Magali Romero Sá, Maria Margaret Lopes, Miriam Junghans, Nelson Sanjad, Silvia Figueirôa e Thomás A. S.Haddad, Caderno de viagens é daqueles livros para serem expostos na mesa de centro. São mais de 200 imagens coligidas no Brasil, em locais como a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, e o Museu Goeldi, no Pará. Do exterior, instituições como o Royal Botanic Gardens, Kew e o Natural History Museum em Londres, o Muséum d’Histoire Naturelle e a Bibliothèque Nationale de Paris, o Real Jardín Botánico de Madri, o Smithsonian Institute de Washington, entre muitas outras, cederam imagens de seus importantes acervos.
Com bem narra Lorelai no texto de abertura, “mais do que a beleza, o que desperta a emoção do leitor são as marcas da experiência transpostas para o papel. A caligrafia corrida, a tinta que falta e o aproveitamento de cada pedacinho da página evocam as difíceis condições de escrita durante a viagem. Manchas, mofo, rasgões e páginas corroídas deixam evidente o percurso do documento no tempo e no espaço até chegar a nós. Desenhos rápidos, esboços, indicações de cores a serem preenchidas posteriormente assinalam o desejo de reter cenas e situações, transportar a lembrança e comunicar as impressões.”
Da diversidade desses manuscritos, pode-se reter que a viagem é uma etapa da produção de conhecimento. A utilização do material coletado e das informações adquiridas depende fundamentalmente do tipo de registro que se praticou. Nenhum diário substitui a viagem, mas os manuscritos aqui apresentados evocam o papagaio falador, o lagarto listrado, a flor dissecada, a moça que herborizava disfarçada de rapaz, uma abertura na rocha, os céus do Brasil, o Corcovado sem o Cristo... Certas representações tratam dos indivíduos e situações concretas experimentadas e outras, ao contrário, agrupam tipos, traçam perfis gerais. De todo modo, chegam a nós os ecos da experiência vivida in loco pelos viajantes.
Resta-nos ler e imaginar.