Fluminense Football Club: 100 anos de glórias
Formato:
28 x 30 cm, 200 páginas, capa dura
Autor:
Pedro da Cunha e Menezes
Apoio:
BR Distribuidora
Patrocínio:
Ministério da Cultura, Secretaria de Cultura, BR Distribuidora
Ano:
2002
ISBN:
85-88742-03-9
Sinopse
Há 100 anos, o Rio de Janeiro ganhou seu primeiro time de futebol. O Fluminense Football Club surgiu depois que Oscar Cox, descendente de ingleses e radicado no Rio, organizou o primeiro jogo que daria início à rixa entre paulistas e cariocas nos gramados – Rio Team x São Paulo Scratch, terminado em 2x2, em 19/10/1901. A excursão à capital paulista gerou dois encontros, resultando na fundação do Fluminense, que só não foi batizado com o nome da cidade porque outra equipe de vida curta, sabedora das intenções de Cox, o registrara uma semana antes.
Esta e outras maravilhosas histórias do Tricolor estão no livro Fluminense Football Club — 100 anos de glórias, de Pedro da Cunha e Menezes, patrocinado pela BR Distribuidora. Com 200 páginas, a caprichada publicação tem apresentação emocionada de Artur da Távola, co-autoria dos especialistas Argeu Affonso, Carlos Santoro, Gustavo Marins de Aguiar, Jorge Wilson Magalhães de Souza e Vicente Dattoli, que se debruçam sobre a história do Clube há mais de 10 anos, registrando em minúcias seus dados estatísticos. Imagens inéditas das temporadas vitoriosas e da evolução arquitetônica do clube e urbanística da região estão lado a lado com as personalidades que marcaram a história tricolor. Na verdade, é um importante documento de resgate da memória do Clube no ano de seu centenário e acompanha outros eventos do festejo como show do cantor Ivan Lins, mostra BR de filmes de jogos do Time no Cinema Odeon, lançamento de medalha e selo comemorativos, baile de gala e jogo do centenário.
Em dezoito capítulos, Pedro da Cunha e Menezes aborda os costumes em voga no Rio no final do século XIX, a chegada do futebol à cidade; o nascimento do time; a escolha do primeiro uniforme, cinza e branco - muito semelhante aos usados pelos ingleses - e da sede instalada na Rua Guanabara, atual Pinheiro Machado; os primeiros títulos do campeonato carioca em 1906, 1908 e 1909; a Era Welfare, ex-jogador do Liverpool e um dos primeiros grandes ídolos do clube; a vida social e cultural no Fluminense; a profissionalização do time; os clássicos jogos Fla-Flu; a conquista do mundial de 1952; o campeonato brasileiro de 1970; as glórias da Máquina de 76; a participação de jogadores na seleção brasileira e a vitória no campeonato carioca de 1995.
Há também histórias dramáticas como a do goleiro Castilho, que jogou 18 anos no time (1947-1965) e não por acaso apelidado de São Castilho: “seu amor pelo Fluminense era sem igual. Quando contundiu pela quinta vez o dedo mínimo da mão esquerda e precisaria de muitos meses para contornar um acentuado desvio das falanges, preferiu amputá-lo para poder seguir defendendo as cores do clube no campeonato”, escreve Pedro.
Já a curiosidade sobre a origem do apelido pó-de-arroz, surgida depois que o jogador Carlos Alberto, um mulato vindo do América, chegou ao time, está nobremente descrita em texto de Mário Filho, inserido no livro. “No Fluminense, foi para o primeiro time, ficou logo em exposição. Tinha de entrar em campo, correr para o lugar mais cheio de moças na arquibancada, parar um instante, levantar o braço, abrir a boca num “hip hip hurra”. Era o momento que Carlos Alberto mais temia. Preparava-se para ele, por isso mesmo, cuidadosamente, enchendo a cara de pó-de-arroz, ficando quase cinzento. Não podia enganar ninguém, chamava até mais atenção. O cabelo de escadinha ficava mais escadinha , emoldurando o rosto, cinzento de tanto pó-de-arroz”.
O livro também conta como o futebol do Flamengo nasceu do Fluminense depois de uma briga envolvendo os veteranos do clube e um grupo de jovens profissionais. “A cisão fratricida do tricolor deu origem ao futebol rubro-negro, revivendo no futebol brasileiro o Esaú e Jacó da literatura de Machado de Assis. Irmãos no sangue, opostos em tudo mais”, escreve o autor, respaldado também em texto de Nelson Rodrigues sobre o assunto: “antes de 1912, o Flamengo de verdade era ainda Fluminense. Antes do futebol, o rubro-negro era domingo de regatas”.
O dia 21 de julho de 2002 marcou o centenário do encontro organizado por Oscar Cox na casa de Horácio da Costa Santos na Rua Marquês de Abrantes, 51, que resultou na fundação do clube e que foi comemorado com muito vinho e champagne no também centenário e carioquiíssimo Restaurante Lamas. “O clube completa 100 anos como o time que mais conquistou Campeonatos Cariocas (28, quase um a cada três anos) e como o primeiro time do Rio de Janeiro a ter sido campeão carioca, campeão do Rio-São Paulo, campeão brasileiro e campeão mundial interclubes”.
Como já dizia Nelson Rodrigues, “o Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar, só o tricolor não passará, jamais. Quem diz é o óbvio ululante.”