O Rio de Janeiro é uma das cidades mais inspiradoras do mundo. Muitos fotógrafos reproduzem seus cenários, mas Marco Terranova é um dos poucos que poderiam fazer este Rio em movimento. Carioca autêntico, Terranova aproveita sua cidade da forma mais intensa possível: nada, escala, salta e pedala pelos seus monumentos naturais, ícones de uma Guanabara exuberante que todos podem vislumbrar e aproveitar.

O olhar único do fotógrafo ao enquadrar aspectos mais oníricos da paisagem foge ao óbvio. Ao contrário, seu estilo mais intrépido diante dos panoramas resulta em criações de novos pontos de vista, ainda inexplorados, inventando outros cartões-postais e revolucionando horizontes já desvendados. Seu conhecimento dos recantos mais escondidos colabora para que novos ângulos da cidade maravilhosa sejam revelados. Todos eles ao alcance de qualquer um que resolva se mover e ir de encontro aos equipamentos naturais que o Rio de Janeiro oferece da forma mais democrática possível.

No livro Rio em movimento, Terranova buscou mostrar as muitas possibilidades de fruição da paisagem, contudo, nesta obra “movimento” não significa necessariamente atividade atlética, pois até mesmo o leitor que caminha pela Floresta da Tijuca absorto em seu livro foi alvo do fotógrafo. Aqui, movimento também indica contemplação, pois o grande prêmio das atividades ao ar livre no Rio de Janeiro é a própria paisagem, que pede uma parada para admirar a sua beleza e aliviar o peso da vida atribulada.

Terranova sabe muito da luz dourada de fim de tarde que aplicou no livro como uma assinatura pessoal aliada a uma construção bastante peculiar das atividades que fotografou, coerentemente amarradas como um sólido conjunto pelos tons sutis do amanhecer e do entardecer.

Trata-se de um livro que se torna rapidamente objeto de desejo ao oferecer ao leitor/espectador a vontade de sair pela cidade e descobrir o seu próprio rio em movimento.